SOBRE O INCÊNDIO DO MUSEU NACIONAL DO RIO DE JANEIRO

OPINIÃO

As chamas que destruíram o Museu Nacional na noite deste domingo, 03, espalharam-se para as redes sociais com o mesmo poder destrutivo com que se alastrou no prédio do Rio de Janeiro. E da mesma forma que não havia água nos hidrantes da Quinta da Boa Vista, parece que está faltando a água da informação para apagar as chamas dos comentários sem sentido que se espalham por aí. E aproveitando a “desinformação geral que confunde a nação”, o primeiro chamuscado foi o pobre do Bolsonaro. E eu, que não sou bolsonarista, cá estou, a bem da verdade, dando uma de bombeiro.

No Facebook, um perfil chamado Verdade sem Manipulação postou um comentário dizendo que “não adianta chorar o incêndio do Museu Nacional e votar no Bolsonaro, pois ele defende a extinção do Ministério da Cultura.”

Pois vou lhes dizer algumas “verdades sem manipulações”. E para começar, vou pegar um artigo do Carta Capital, sim o CARTA CAPITAL, que é a VEJA do PT: O Carta Capital disse que foi o PT o responsável pelo corte de verbas do Museu Nacional! Ou seja, o sucateamento do Museu Nacional se deu através e durante os governos do Partido dos Trabalhadores. Está lá, no Carta Capital. Esta sim é uma “verdade sem manipulação”.

O orçamento anual para a manutenção do museu era de 500.000. Isso mesmo, QUINHENTOS MIL REAIS PARA O ANO TODO! E mesmo sendo tão pouco para uma estrutura daquela envergadura, os Governos do PT não repassava o valor integral, chegando no pior dos anos, a cair para risíveis 257 mil para o ano. PARA O ANO TODO.

E porque estou enfatizando a verba era PARA TODO O ANO?! Estou fazendo isso para vos dizer que o governo federal destinou, ATRAVÉS DO MINISTÉRIO DA CULTURA, o valor de UM MILHÃO E TREZENTOS MIL REAIS para a realização de atividades ligadas à PARADA GAY do Rio de Janeiro!

Ou seja, o orçamento de quase 5 anos inteiros para o Museu Nacional foi destinado PELO MINISTÉRIO DA CULTURA para apenas 1 mês de festas gays na cidade do Rio de Janeiro!

E aí eu pergunto: É ou não é para acabar com este Ministério?!

E para concluir, uma observação complementar: O PRÉDIO DO MUSEU era sim maravilhoso, mas O ACERVO DO MUSEU não era esse balaio todo não. Claro que esta tragédia representa uma perda irreparável, mas saibam que o foco deste museu estava mais nas Ciências Naturais e na Antropologia do que na História do Brasil, como estão dizendo por aí. Ouvi hoje numa reportagem que “a maior perda” tinha sido o desaparecimento do crânio da tal Luzia, aquela caveira de uma mulher que diziam ter vivido por aí há uns 13.000 anos, ou seja, 3 mil anos antes de Adão e Eva. O resto era pedra, osso, alguns documentos mais ou menos interessantes e umas peças egipcias de segundo nível no ranking de importância histórica.

Agora, querem ver um museu histórico importante mesmo? Em setembro de 2022 São Paulo reabrirá o Museu do Ipiranga e este sim é de uma importância imensa para a História do Brasi! E quem sabe ele venha a ser inaugurado por um presidente realmente patriota, acompanhado do seu MINISTRO DA EDUCAÇÃO e os brasileiros que lá estiverem nem se recordem que um dia existiu um tal Ministério da Cultura.

Eu, coomo estudante de Arqueologia Bíblica da Universidade Hebraica de Jerusalém, é claro que lamento a tragédia que, como eu disse acima, “representa uma perda irreparável”, mas quem lê os relatos de Flávio Josefo ou Simon Sebag Montefiori sobre a destruição do Templo de Jerusalém, sabe muito bem que aquele sim foi um incêndio deveras lastimável!

ROBERTO KEDOSHIM
Redator

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