TRUCULÊNCIA

ONU INVESTIGARÁ AÇÃO TRUCULENTA DE SOLDADOS

A ONU abriu uma investigação para determinar se houve “uso excessivo da força” por parte de uma patrulha de soldados na manhã desta segunda-feira, 31 de Maio. Os soldados, que tinham ido até uma Universidade, aparentemente em busca de alunos suspeitos de provocarem distúrbios, invadiram o local de forma violenta.

Quando se viu cercada pelos alunos, a tropa lançou mão de gás lacrimogêneo, cacetetes e disparos de fuzis. A princípio foram usadas balas de borracha para intimidar, mas ao se verem acuados, os soldados agiram atirando com munição real.

O comandante da tropa estava munido de uma lista com nomes de alunos e depois de pegarem diversos deles e enfiarem suas cabeças dentro de vasos sanitários, foram embora conduzindo preso um jovem de 25 anos.

Na ação foram lançadas 32 bombas contra os estudantes e, quando os soldados foram embora, deixaram para trás um rastro de destruição dentro da Universidade. Incluindo uma menina de 9 anos que estava no local e que foi encontrada mais tarde ferida no rosto pelos estilhaços das bombas.

Não, a ação não foi perpretrada pelas terríveis Forças de Defesa de Israel nem os alunos eram terroristas imiscuidos entre ativistas humanitários, agindo de forma ingênua nas mãos de organizações criminosas. Nem, tampouco, o grupo agredido estava empoleirado em um barco que se recusou a obedecer as ordens da Marinha de Israel quando adentravam, de madrugada, em suas águas territoriais, numa região em constante conflito chamada Oriente Médio.

A ação truculenta aconteceu nesta segunda-feira, nas dependências da Universidade do Haiti, na Cidade de Porto Príncipe, numa região que nem em guerra está. As pessoas espancados não eram terroristas sanguinários, mas sim estudantes da Faculdade de Etnologia da citada Universidade. Já os soldados, não eram os brutamontes do Exército de Israel, mas sim simpáticos jovens, comandados pelo coronel Rêgo Barros, do Brabatt 1.

O Brabatt 1 é um dos batalhões do glorioso Exército Brasileiro, cujas tropas, que estão no Haiti há anos, têm como lema a frase “Braço Forte, Mão Amiga”.

Estamos aqui diante de um fato que, em tese, deveria explicar bem o que aconteceu na costa do Estado de Israel na madrugada desta mesma segunda-feira. Ao se confrontarem com estudantes revoltados que lhes atiravam pedras, da mesma forma que os soldados de Israel se viram na iminência de serem linchados, os soldados brasileiros, temendo por suas vidas, reagiram defendendo-se fisicamente com todas as armas de que dispunham.

Pena que não há registros em vídeos desta ação. Gostaria de compará-los com as imagens postadas no artigo anterior aqui neste mesmo blog. Imaginem a cena: Um batalhão de soldados, invadindo uma Universidade, onde jovens desarmados – alguns provavelmente frágeis e desdentados – se debruçavam sobre seus livros. Estes, por sua vez, ao se verem acuados, reagiram à pedradas.

Na hora de se defender, o instinto dos soldados falou mais alto. E tome gás, cacetetes e balas.

Agora, revejam os vídeos postados no artigo anterior e tracem seus paralelos. Imaginem o que teria acontecido se fosse o nosso glorioso Exército que estivesse à frente da ação desta mesma segunda-feira feira aqui em Israel? Não quero nem pensar na carnificina que seria.

A Canção do Soldado, do Exército Brasileiro, diz em determinada parte: “A paz queremos com fervor / A guerra só nos causa dor / Porém, se a Pátria amada / For um dia ultrajada / Lutaremos sem temor”.

Para alguns brasileiros, a lógica vale apenas para a nossa nação, e não para Israel.

Soldado brasileiro: Ação no Haiti.

Um comentário sobre “TRUCULÊNCIA

  1. Shalom, esse parelelo simplesmente nos leva a pensar no quão INJUSTOS e DESINFORMADOS somos. Vale ressaltar que tais notícias NÃO chegam de forma clara em nossos meios de comunicação.

    PS:. ontem, somente por volta das 00:20h horário de Brasília, durante a matéria do Jornal da Globo, foi esclarecido a versão israelense da ação militar, num horário de baixa audiência, diga-se de passagem; Mas, mesmo com esclarecimento, não perderam o tom irônico, e nas entre-linhas do que foi falado, continuou a conotação de TERRORISMO!

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